E
grão de café verde virou matéria-prima de cosméticos
que combatem o envelhecimento
Uma semente crua, com 7 milímetros
de diâmetro, é atualmente uma das matérias-primas mais valorizadas
pela indústria cosmética. Trata-se do grão de café
verde, fonte de substâncias supostamente capazes de minimizar a ação
dos radicais livres, a desidratação e a inflamação
das células da pele. Um dos trabalhos sobre as propriedades da semente
foi conduzido nos Estados Unidos, por médicos da Eastern Virginia Medical
School, um dos centros de referência em pesquisas de tratamentos anti-idade.
Durante seis semanas, eles acompanharam mulheres de 30 a 70 anos. As pacientes
usaram uma quantidade de creme à base de café verde equivalente
ao tamanho de uma noz para cada metade do rosto, três vezes ao dia. Ao término
dos estudos, elas apresentavam uma redução de 24% das marcas de
expressão e de 15% das manchas na pele. "Tais resultados são
superiores à ação de produtos antioxidantes e antimanchas
já consagrados, como os que utilizam as vitaminas C e E", diz Adilson
Costa, dermatologista da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Os benefícios do
extrato de semente de café verde se devem à presença de dois
polifenóis – ácido clorogênico e ácido ferúlico.
Os polifenóis são compostos que combatem os radicais livres, as
moléculas tóxicas que comprometem o funcionamento das células
do organismo. No caso da pele, os efeitos se tornam visíveis sob a forma
de pés de galinha, sulcos ao redor da boca (o famigerado bigode chinês)
e manchas. A quantidade de polifenóis do café verde é,
de acordo com seus entusiastas, 50% superior à do chá-verde.
As primeiras pesquisas sobre os benefícios do extrato para a pele datam
do fim dos anos 80, nos Estados Unidos. Apesar de o Brasil ser o maior exportador
de café verde do mundo, os produtos de beleza feitos a partir de sua semente
só começaram a ganhar mercado no país há dois anos.
Por enquanto, a substância é usada principalmente em cremes elaborados
em farmácias de manipulação, mediante receita médica.
Ao contrário do que ocorre no processo de transformação do
café em bebida, o grão utilizado para a cosmética não
é torrado. "Durante a torrefação, muitas substâncias
antioxidantes são reduzidas drasticamente", diz Eliana Relvas, engenheira
de alimentos. No processo de aquecimento do grão, cuja temperatura chega
a 200 graus, as sementes perdem, em média, 20% de seus polifenóis.
É a torra que confere ao café sabor e aroma. Cafezinho feito com
o grão cru tem sabor de terra.
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http://veja.abril.com.br/030609/p_114.shtml
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